quarta-feira, 20 de abril de 2016

A Mãe.


 Como sabemos Leopoldine Josepha Caroline, Erzherzogin von Österreich –Leopoldina Josefa Caroline, Arquiduquesa da Áustria- era uma Princesa membro da Casa reinante de Habsburgo-Lorena - Das Herrscherhaus Habsburg-Lothringen – cuja Dinastia- Mãe foi a Casa de Habsburgo - Die Habsburger – família esta que remonta a Theodebert, Rei da Helvetia e Alemannia, no século X, pai de Guntram der Reiche ( Guntram , o Rico, * 920 - + 26 de março de 973), Conde em Breisgau, considerado “ O pai dos Habsburgos”, segundo a “ Acta Murensia ( Acta fundationis monasterii Murensis) uma chartularchronik, que é uma forma especial da historiografia medieval, escrita por um monge beneditino, dividida entre três partes:
A primeira parte consiste de um pedigree dos Condes de Habsburg.
A segunda parte apresenta uma visão sobre a história do mosteiro no momento da controvérsia da investidura.
A terceira parte contém uma lista detalhada das propriedades monásticas, que ao longo de uma vasta área entre a Alsácia e Suíça Central”.

Dona Leopoldina descendia diretamente dessa Linha de Imperadores começando com Frederico III, e depois Maximiliano I, Carlos V ,Fernando I, Maximiliano II, Fernando II, Fernando III ,Leopoldo I, Carlos VI, Francisco I ( aqui com Maria Teresa, a Grande, a verdadeira governante) , Leopoldo II , Francisco II, seu pai, que se tornou Francisco I, Imperador da Austria, como eu já narrei anteriormente, Titulados Kaiser des Heiligen Römischen Reiches, römisch-deutscher König vor Römischer König oder König der Römer (Rex Romanorum), am ende König in Germanien (Germaniae Rex).
T.L.:
Imperador do Sacro Império Romano, rei romano-germânica antes Rei Romano ou Rei dos Romanos (Rex Romanorum), no final do Rei em Germânia (Germaniae Rex).
 E tem mais:
Era uma mulher estudada.



“ Maria Teresa, a Grande, instituiu uma reforma na educação em 1775. No novo sistema de ensino, baseado no prussiano, todas as crianças de ambos os sexos entre seis e doze anos, tinham que frequentar a escola, e isso, também, valia para as crianças da Família Imperial, pois era obrigação delas estudar mais do que as outras, já que a população da Austria ainda era analfabeta em algumas regiões, e todos elas - os Príncipes ou Princesas - deveriam estar preparadas para assumir em menor, ou em maior, grau responsabilidades governamentais”.
Foi assim com a filha predileta de Maria Teresa, a Arquiduquesa Maria Christina Johanna Josepha Antonia, a Mimi, filha predileta da Imperatriz-Rainha, que casou com quem ela, Maria Christina, quis, ou seja, Alberto Casimiro de Saxe-Teschen, também conhecido como Alberto da Saxónia, Duque de Teschen, e depois foi nomeada pela mãe com Governadora da Holanda Austríaca.  
“ Maria Teresa foi uma monarca com qualificações acima da média, como raciocínio rápido e determinação, e estava pronta a reconhecer a superioridade intelectual de alguns de seus conselheiros e desfrutava do apoio deles, mesmo que suas ideias fossem divergentes”, e isso se viu em Dona Leopoldina quando precisou reunir o Conselho de Regência e deliberar quanto as Ordens das Cortes de Lisboa sobre a volta do Principe Regente, e a reintrodução do Pacto Colonial.
Maria Teresa, a Grande, foi um exemplo de soberana lucida, competente, extremamente decente, sua descendência dela herdou, ou puxou, esses fatores genéticos.
Enfim, Maria Teresa, pela Graça de Deus, Imperatriz Viúva dos Romanos, Rainha da Hungria, da Boêmia, da Dalmácia, da Croácia, da Eslavônia, da Galícia, da Lodoméria, etc; Arquiduquesa da Áustria, Duquesa da Borgonha, da Estíria, da Caríntia e da Carniola; Grã-Princesa da Transilvânia, Marquesa da Morávia, Duquesa de Brabante, de Limburgo, de Luxemburgo, de Gueldres, de Württemberg, da Alta e da Baixa Silésia, de Milão, de Mântua, de Parma, de Plasencia, de Guastalla, de Auschwitz e de Zator, Princesa da Suábia, Condessa Principesca de Habsburgo, de Flandres, do Tirol, de Hainaut, de Kyburg, de Gorízia e Gradisca, Marquesa de Burgau, da Alta e da Baixa Lusácia, Condessa de Namur, Senhora de Windische Mark e Mechelen, Duquesa Viúva de Lorena e Bar, Grã-Duquesa Viúva da Toscana, foi uma Grande.

 A Arquiduquesa Leopoldina, amorosamente apelidada de Poldl, era filha do último Imperador do Sacro Império Romano Germânico e primeiro Imperador da Austria, Francisco II e depois Francisco I, e de Maria Teresa Carolina Giuseppina, Principessa di Napoli e Sicilia.
Portanto, Dona Leopoldina era irmã uterina de Maria Ludovica Leopoldina Franziska Therese Josepha Lucia von Habsburg-Lothringen, a Marie-Louise d'Autriche, Impératrice des Français de 1810 a 1814, por ter se casado com Napoleão I, o General Bonaparte, o Ogre, que obrigou sua família a fugir por duas vezes ( 1805 e 1809) do familiar Palácio de Schönbrunn, da Corte da Austria, para os confins da Hungria, e a de seu futuro marido para o Brasil atravessando o Mar Oceano, o Atlântico Sul, em condições pra lá de precárias.
 “ "Maria" não se encontra entre os nomes de batismo da Arquiduquesa, segundo Carlos H. Oberacker Jr, na obra "A Imperatriz Leopoldina: Sua Vida e Sua Época", e posteriormente confirmado pela obra "Cartas de uma Imperatriz" de Bettina Kann, Dona Leopoldina passou a usá-lo já em sua viagem para o Brasil, ao tratar de alguns negócios particulares. No Brasil, ela passou a assinar somente Leopoldina, ou utilizando o prenome Maria, como pode ser visto no seu Juramento à Constituição do Brasil”.


Juramento
de
SMI a Imperatriz Leopoldina
A Constituição Política do Império do Brasil
solenemente jurada na Catedral do Império
no dia 25 de março de 1824.

Continuando:
As Arquiduquesas da Austria, bem como os Arquiduques, nasciam sabendo que seus destinos estavam ao sabor dos ventos da política real da Casa de Habsburgos que era desde sempre a dos Casamentos Vantajosos.
Não foi diferente com Poldl.
Mas, antes de falamos de seu casamento, vamos falar de sua infância.
Sua mãe morreu depois de um parto prematuro em abril 1807 quando ela tinha 10 anos.
Se tornou amiga de sua prima Maria Ludovika Beatrix von Österreich-Este, do Habsburgo do Ramo da Áustria-Este, Princesa de Modena e Reggio e Arquiduquesa da Áustria, a “ alma da resistência anti-francesa na Corte de Viena”, sua madrasta a partir de 6 de janeiro de 1808.
Como como era desejo e ordenança de sua avoenga Maria Teresa, Imperatriz e Rainha, para as Princesas da Casa de Habsburgo, foi magnificamente instruída – sendo desde muito pequena disciplinada, o que facilitou a percepção do senso do dever-  tanto que falava além do alemão, corretamente o italiano e o francês, além de ter estudado desenho, piano, equitação, a arte da caça, botânica, mineralogia como celebre professor Schüch.
Por domar as línguas latinas não lhe foi difícil aprender o português.
Apesar de todos esses predicados era famosa a sua teimosia.
Seu avô, Leopoldo II, Sacro Imperador Romano, e demais Estados da Monarquia Habsburgo, aprimorou as ordenanças de Maria Teresa, a Grande, e estabeleceu os “ princípios educacionais” para os Príncipes e Princesas de sua Casa, e entre eles a “arte da caligrafia”, cujo primeiro exercício era escrever:
"        Não oprimir os pobres. Seja caridoso. Não reclame sobre o que Deus lhe deu, mas melhorar seus hábitos. Devemos nos esforçar seriamente para ser bom”.


Pold

O que fez de Poldl uma alma piedosa e caridosa, mas, repito, teimosa.
Quando acompanhou sua madrasta a Carlsbad (alemão: Karlsbad) conheceu Johann Wolfgang von Goethe, Goethe o celebre escritor de Fausto, que ficou muito impressionado com sua inteligência e cultura.
Vemos assim que a Arquiduquesa Leopoldina, amorosamente apelidada de Poldl, era educada e prendada.
Todavia os membros da Família de Habsburgo, ‘ nasciam sabendo que seus destinos estavam ao sabor dos ventos da política real da Casa de Habsburgos que era desde sempre a dos Casamentos Vantajosos’.
Na esteira do Congresso de Viena estava na Capital do Império dos Habsburgo Dom Pedro José Joaquim Vito de Meneses Coutinho, sexto Marquês de Marialva e oitavo de Conde de Cantanhede, esse negociou com Klemens Wenzel Lothar Nepomuk von Metternich, Príncipe de Metternich-Winneburg-Beilstein, o todo poderoso Chancelar da Áustria, e que “ presidiu o Congresso, o tendo influenciado profundamente as decisões tomadas neste, e líder na reorganização política e territorial da Europa após a queda do Imperador Napoleão I em termos de um equilíbrio de poderes”, o casamento de Leopoldina com Dom Pedro de Alcântara , Principe Herdeiro da Coroa de Portugal, do Brasil e do Algarves e do Império Ultramarino Português, sendo o contrato  assinado em 29 de novembro de 1816.
Em meios a esplendoroso festival organizado pelo Marques de Marialva, isso graças as pedras preciosas oriundas do Brasil,  foi celebrado na Igreja de Nossa Senhora dos Anjos (Kirche zur Heiligen Maria von den Engeln) ou Igreja dos Capuchinhos (Kapuzinerkirche), em Viena, o casamento religiosos oficializado por Sigismund Anton Graf von Hohenwart SJ, um jesuíta que era a época Arcebispo de Arquidiocese de Viena de 1803 a 1820, sendo o noivo representado por Carl Ludwig Johann Joseph Laurentius von Habsburg-Lothringen, Erzherzog von Österreich, Herzog von Teschen ( Arquiduque da Áustria, Duque de Teschen), tio da noiva, na terça-feira dia 13 de maio de 1817, dia do aniversário de Dom João. 
O Arcebispo -Conde Sigismund Anton era um feroz opositor a Napoleão Bonaparte, mas foi obrigado a celebrar o casamento deste com a Arquiduquesa Maria Luisa em 11 de março 1810.
Em 3 de junho partiu de Viena o majestoso cortejo levando a Princesa Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, Duquesa de Bragança, Arquiduquesa da Austria, etc, que chegou a Florença em 15 dias, ou seja, no dia 18 de junho.
Contudo Sua Alteza Real por 1 mês e 6 dias ficou à espera da Esquadra Portuguesa que só aportou em Livorno em 24 de julho, e o “ comboio matrimonial partiu a 15 de agosto, com Leopoldina, 28 pessoas da comitiva, entre elas o Marqués de Marialva, na nau D. João VI e o Conde de Elz, novo embaixador austríaco, com seus auxiliares na nau D. Sebastião”.
Tocaram em solo de seu futuro Reino, precisamente na Ilha da Madeira, em 11 de setembro, partindo dois dias depois.
Dona Leopoldina desembarcou no Rio de Janeiro no dia 5 de novembro de 1817.
Parece que a Corte levou um susto, pois esperavam uma belíssima Princesa, mas a que desceu da Galeota Real foi uma mulher muito branca, de cútis rosada, loura, de olhos azuis muito vivos, porem com o lábio inferior pendente como boa filha da Casa de Habsburgo, e gordota.
Otávio Tarquínio de Sousa (Rio de Janeiro, 7 de setembro de 1889 — 22 de dezembro de 1959), afirma em sua obra “ A vida de D. Pedro I” que ela era “ uma loiraça feianona e que o casamento foi um sacrifício mutuo”, mas nem as cartas delas para o pai, nem a postura de Dom Pedro que a engravidou 8 vezes, confirmam o que o celebre historiador relatou, que creio eu era para justificar as aventuras galantes, principalmente de sua ligação com a Marquesa de Santos, do senhor Dom Pedro I & IV.
Chegada de Dona Leopoldina 
por Debret 

Dom João designou a Igreja de Nossa Senhora do Carmo como nova Capela Real Portuguesa e foi nela, no dia 5 de novembro que foi celebrado novamente o casamento religioso com a presença do noivo por Dom Luís António Carlos Furtado de Mendonça, Deão da Sé de Braga, que proferiu as seguintes palavras:
“A grande reputação do alto Merecimento da Sereníssima Princeza, desde
muito tempo precedeu á sua chegada, e desde logo, assim como fazia o mais
interessante objecto da nossa expectação, era tambem o mais vivo estimulo da
nossa curiosidade. Chegou: e a nossa expectação foi mais, do que preenchida; a
nossa curiosidade, ao mesmo tempo, que se satisfaz com o gosto de a ver, se
torna ávida de nova satisfação; o prazer não póde dissimular-se, nem exprimirse.
Ninguem he tão senhor dos seus affectos, que veja os Augustos Esposos, e
possa prescindir de amallos; e cada hum de nós, adora a escolha do Ceo, na
acertada escolha, que o nosso Soberano fez de tão amavel Princeza, para dornar
o thálamo do Principe Real; e o nosso Soberano, jamais se mostou tão parecida
imagem de Deos por Quem Reina, como no momento, em que representandose
Lugar Tenente de hum Deos, Remunerador da Virtude, chama para seu
Throno huma Princeza, que já principia a merecer os Altares”.

E mais:
Tome festejos.
Perante toda a Corte Luso-tupiniquim, no Real Palácio da Quinta da Boa Vista, D. Pedro e duas das suas irmãs, Maria Teresa e Isabel Maria, cantaram árias diversas.
No teatro do Rio de Janeiro foi representado o drama Augurio di felicitá, il triunfo del amore, composta para o efeito pelo maestro Marcos Portugal.
Dom João VI concedeu vários perdões gerais, como era habitual.
E a partir destas, as costumeiras recepções na Boa Vista, realizadas a propósito de aniversários ou de festas onomásticas das figuras reais, passaram a contar com a presença de D. Leopoldina.
Aliás, a festa onomástica e a do aniversário de Dona Leopoldina eram celebradas com corridas de touros, danças diversas e fogo de artifício.
A felicidade geral.
Fonte: Leopoldina de Habsburgo, rainha de Portugal – De Paulo Drumond Braga
Escola Superior de Educação de Almeida Garrett, Lisboa

A Corte de Viena era uma festa, apesar das festividades acima descritas, a Corte portuguesa no Rio de Janeiro era sorumbática, tanto que em carta a sua irmã Maria Luíza, ex- Imperatriz dos Franceses e ex-Rainha da Itália, agora Duquesa reinante de Parma, Piacenza e de Guastalla, Dona Leopoldina reclamava da falta de ‘danças’, de alegria, e afirmava que o marido “ tinha o belo costume de se divertir de toda maneira”, o que para bom entendedor essas palavras bastavam.
Dom Pedro era um putanheiro façanhudo que vivia atrás das marafonas acompanhado por Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, na região da hoje Praça XV, centro do Rio de Janeiro, onde se aglomeravam a raia miúda, os soldados, e os escravos.
Wilhelm Ludwig von Eschwege, também conhecido por Barão de Eschwege, geólogo, geógrafo, arquiteto, metalurgista, escreveu para Viena o seguinte: "Por falar no Príncipe Herdeiro, posto que não seja destituído de inteligência natural, é falho de educação formal. Foi criado entre cavalos, e a Princesa cedo ou tarde perceberá que ele não é capaz de coexistir em harmonia. Além disso, a Corte do Rio é muito enfadonha e insignificante, comparada com as cortes da Europa".
Assim historicamente se vê que enquanto ela era culta, ele era boçal, desprovido de cultura, de bons modos, ou seja, ignorante, estúpido, rude e grosseiro.
Porem esse Principe tinha sangue dos Bragança e dos Bourbons, orgulhoso de sua raça, e que faria tudo, como o velho pai, para mantê-la no Poder tanto no Brasil, quanto em Portugal e no vastíssimo Império Ultramarino.
Portanto, uma esposa do Imperial Sangue Habsburgo, e além de tudo culta, lhe caia bem, e ponto final.
Embuchou-a por 8 vezes, logo tinha relações sexuais com ela, apesar das aventuras.
Aliás, Dom Pedro era Bourbon (em Espanha Borbón) por parte de mãe, portanto descendente de Luis XIV, e os Bourbons são muito ativos, mais muito ativos, sexualmente, e muitos deles sofrem de compulsão por sexo como era o caso de Luis XV.
Dom Pedro e Dona Leopoldina foram pais de:
1-     Dona Maria da Glória sobre a qual este livro trata;

2-     Dom Miguel de Bragança, Infante de Portugal, Príncipe da Beira.

*Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista do Rio de Janeiro 24.04.1820
† Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista do Rio de Janeiro 24.04.1820

3-     Dom João Carlos Pedro Leopoldo Borromeu, Infante de Portugal, Principe da Beira.
* Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista do Rio de Janeiro 06.03.1821
† Imperial Fazenda de Santa Cruz 04.02.1822



Princesa Januária. Foto datada de 1859.

4-     Dona Januária Maria Joana Carlota Leopoldina Cândida Francisca Xavier de Paula Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga.
* Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista do Rio de Janeiro 11.03.1822
† Nice, França 13.03.1901
Por casamento Donna Gennara del Brasile, Contessa d'Aquila, pois casou na Capela Imperial do Rio de Janeiro, em 28.04.1844, com Luís de Bourbon Duas Sicílias, Principe del Regno delle Due Sicilie e Conte di Aquila - casa di Borbone-Due Sicilie. Deixou descendência.

5-     Paula Mariana Joana Carlota Faustina Matias Francisca Xavier de Paula Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga.
* Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista do Rio de Janeiro 17.02.1823
† Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista do Rio de Janeiro 16.01.1833


Dona Chicá

6-     Francisca Carolina Joana Carlota Leopoldina Romana Xavier de Paula Michaela Gabriela Raphaela Gonzaga de Bragança, Mana Chica para Dom Pedro II.
* Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista do Rio de Janeiro * 02.08.1824
† Paris, Ile de France,  França 27.03.1898
Por casamento Françoise du Brésil, Princesse de Joinville, pois casou na Capela Imperial do Rio de Janeiro, 01.05.1843, com François-Ferdinand-Philippe-Louis-Marie, Francisco Fernando de Orleans, Príncipe de Joinville, filho do rei Luís Filipe I de França; era apelidada de Chicá e de "La Belle Françoise".
Deixou descendência.


7-     Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga
* Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista do Rio de Janeiro 02.12.1825
† No Hotel Bedford, Paris, Ile de France, de pneumonia em 05.12.1891
Deixou descendência.

Câmara Ardente de Dom Pedro II

Enquanto isso com Domitila de Castro Canto e Mello, primeira e única Viscondessa com grandeza e Marquesa de Santos, Dom Pedro I teve os seguintes filhos:
Um menino natimorto (1823);
1-     Dona Isabel Maria de Alcântara Brasileira (1824–1898), "Sua Alteza, a Duquesa de Goiás”, por decreto de 24 de maio de 1826. Por seu casamento com Ernesto José João Fischler von Treuberg, Conde von Treuberg e Barão von Holsen, em Munique, no então reino da Baviera, em 17 de abril de 1843, foi Condessa e Baronesa consorte;
2-     Pedro de Alcântara Brasileiro (1825–1826), falecido antes de completar um ano
3-     Maria Isabel de Alcântara Brasileira (1827), Duquesa do Ceará, que morreu com meses de idade, antes de lhe ser lavrado o título.
4-     Maria Isabel II de Alcântara Bourbon (1830–1896), Condessa de Iguaçu, por seu casamento com Pedro Caldeira Brant, primeiro e único Conde de Iguaçu.

Era o senhor Dom Pedro um façanhudo com uma grande compulsão sexual, ou não?
Se era...
E foi nesse ambiente que nasceu e viveu a infância a Rainha Dona Maria II.


Dona Leopoldina, então Princesa Real-Regente do Reino do Brasil, preside a reunião do Conselho de Ministros em 2 de setembro de 1822.

Dona Leopoldina no Rio de Janeiro, a brejeira capital do Império ajudou verdadeiramente a fundar, pois é dela a assinatura dos decretos enviados as Cortes de Lisboa comunicando a nossa Independência. Abaixo um resumo que consta no verbete Maria Leopoldina de Áustria na mais simples das Enciclopédias mundiais, a Wikipédia:


Quando o marido, Príncipe Regente, viajou a São Paulo em agosto de 1822, para apaziguar a política (o que culminaria na proclamação da independência do Brasil em setembro), Leopoldina exerceu a regência.
Grande foi sua influência no processo de independência.
Os brasileiros já estavam cientes de que Portugal pretendia chamar Pedro de volta, rebaixando o Brasil outra vez ao estatuto de simples colônia, em vez de um reino unido ao de Portugal.
Haviam temores de que uma guerra civil separasse a Província de São Paulo do resto do Brasil.
Pedro entregou o poder a Leopoldina a 13 de agosto de 1822, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil, com poderes legais para governar o país durante a sua ausência e partiu para apaziguar São Paulo. (Grifo meu)
A princesa recebeu notícias que Portugal estava preparando ação contra o Brasil e, sem tempo para aguardar o retorno de Pedro, Leopoldina, aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, e usando de seus atributos de chefe interina do governo, reuniu-se na manhã de 2 de setembro de 1822, com o Conselho de Estado, assinando o decreto da Independência, declarando o Brasil separado de Portugal.

Nota: Devemos nos lembrar que sua bisavó Maria Teresa, a Grande, “ foi uma monarca com qualificações acima da média, como raciocínio rápido e determinação, e estava pronta a reconhecer a superioridade intelectual de alguns de seus conselheiros e desfrutava do apoio deles, mesmo que suas ideias fossem divergentes”. Observação minha.
Na Wikipédia continua:
A Imperatriz envia-lhe uma carta, juntamente com outra de José Bonifácio, além de comentários de Portugal criticando a atuação do marido e de dom João VI.
Ela exige que Pedro proclame a Independência do Brasil e, na carta, adverte: "O pomo está maduro, colhe-o já, senão apodrece".
O oficial chegou ao príncipe no dia 7 de setembro de 1822.
Leopoldina enviara ainda papéis recebidos de Lisboa, e comentários de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, deputado às Cortes, pelos quais o Príncipe-Regente se inteirou das críticas que lhe faziam na Metrópole.
A posição de João VI e de todo o seu ministério, dominados pelas Cortes, era difícil.
Enquanto se aguardava o retorno de Pedro, Leopoldina, governante interina de um Brasil já independente, idealizou a bandeira do Brasil, em que misturou o verde da família Bragança e o amarelo ouro da família
Habsburgo. (Grifo meu)
Outros autores opinam que Jean Baptiste Debret, o artista francês que desenhou o que via no Brasil dos anos 1820, foi o autor do pavilhão nacional que substituía o da vetusta corte portuguesa, símbolo da opressão do Antigo Regime.
Deve-se a Debret o projeto da bela bandeira imperial, em colaboração com José Bonifácio de Andrada e Silva, em que o retângulo verde dos Bragança representava as florestas e o losango amarelo, cor da dinastia Habsburgo-Lorena, representava o ouro.
Foi coroada imperatriz em 1 de dezembro de 1822, na cerimônia de coroação e sagração de Pedro I.

Destaco que o Título de Mui Leal e Heroica dada a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro se deve ao seguinte fato:


Dona Leopoldina  por Luís Schlappriz.

Reunidas em Lisboa desde 30 de janeiro de 1821 as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes começaram a exigir o retorno de Dom João VI para Portugal, também, chamado de a Metrópole, e em meio a esses trabalhos constitucionais iniciou-se uma intensa movimentação política no sentido de restringir os privilégios do Brasil, e o restabelecimento do chamado “ Pacto Colonial ou Exclusivo Comercial Metropolitano, um sistema de leis e normas que garantiam que as atividades econômicas do Brasil gerassem lucros para os comerciantes portugueses, de Portugal Europeu, afastando totalmente os comerciantes brasileiros do mercado internacional”.
Este controle de compra e venda das mercadorias do Brasil para o Brasil através dos comerciantes em Portugal havia sido revogado pelo Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, condição imposta pela Inglaterra para salvar e transladar a Dinastia de Bragança para as terras brasileiras.
Portugal, a Metrópole, arruinado pela Guerra Napoleônica e “ pela invasão do comércio inglês”, queria estabilizar sua situação social-econômico-financeira às custas de suas Colônias espalhadas pelo mundo, principalmente as custas do Brasil.
“ 25 de abril de 1821, após uma permanência de treze anos no Brasil, do qual levou saudades” conseguiram embarcar o pobre do Monarca que só queria acabar seus dias em seu Paço Real da Quinta da Boa Vista, mas que sabia da importância de seu ‘retorno’ para a causa de sua Dinastia, exatamente da mesma forma que   soube ao decidir migra-la, junto com a Corte e Governo, em 29 de novembro de 1807 para o Brasil.
Sábio tinha consciência de que a sobrevivência de Portugal dependia de sua boa relação com o Brasil, por isso, à revelia das Cortes, nomeou seu filho e Herdeiro do Trono como Principe Regente do Reino do Brasil.
Por tido que já li eu creio que Dom João VI queria concretizar ele mesmo a Independência do Brasil, tanto que tentou ao máximo mandar Dom Pedro e a Família de volta para Lisboa e assim continuar lá a sua Dinastia a reinar em Portugal Europeu, a Metrópole.
Dom João VI sabia que o Brasil, a Nação Brasileira que fundara, estava madura para a sua independência política de Portugal tanto que ‘segundo Rocha Pombo, foi à altura da Fortaleza de Santa Cruz que D. João VI, cheio de viva emoção, em lágrimas, proferiu as seguintes palavras: Pedro, se o Brasil vier a se separar de Portugal, põe a coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro lance mão dela."
E os constituintes em Lisboa, também, tinham consciência disso.
“Em 30 de setembro de 1821, aprovaram Lei que destituía todos os governadores brasileiros, criando uma junta governativa composta por cinco ou seis membros para cada província, subordinadas diretamente às Cortes de Lisboa. O Príncipe-Regente passaria a ser apenas o governador-de-armas do Rio de Janeiro, fragmentando o reino e tirando-lhe o poder”.
E as Tropas Portuguesas sediadas no Brasil tomaram partido das Corte de Lisboa.
Governador das Armas da Corte do Principe Regente e Província do Rio de Janeiro, Tenente-general  Jorge Avilez (Jorge de Avilez Zuzarte de Sousa Tavares, 1.º Visconde do Reguengo e 1.º conde de Avilez), forçou a Dom Pedro a demitir Dom Marcos de Noronha e Brito, oitavo Conde dos Arcos, amigo de Sua Alteza, de seu cargo de Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino do Brasil, e que o mandasse de retorno a Portugal, para completar “ exigiu  que Dom Pedro anunciasse publicamente sua adesão às decisões das Cortes de Lisboa”
Eu considero que essa última exigência era uma afronta ao Principe Regente, portanto o Tenente-general queria mesmo além de fazer confusão, confirmar a retirada de toda autoridade para governar o Reino do Brasil do senhor Dom Pedro. 
Dom Pedro cedeu, mas ficou ferido em sua Honra.
Mas, “ a insatisfação quanto às resoluções das Cortes foi generalizada entre a maioria dos residentes do Brasil, os membros do partido do Brasil”.
Os deputados das Cortes Portuguesas não mostravam nenhum respeito para com Dom Pedro, o Regente do Brasil, Príncipe de Bragança, Herdeiro da Coroa portuguesa e de seu Império Ultramarino, e zombavam abertamente dele, tanto que um dos decretos das Cortes datado de e 29 de setembro de 1821, ordenava a Dom Pedro que incógnito, acompanhado pela Família e por uma pequena comitiva, regressasse a Portugal, a fim de "ilustrar-se" com novos conceitos políticos.
Quando Dona Leopoldina soube disso o seu sangue condal, margraviato, ducal, arquiducal, principesco, real, imperial, dos Habsburgos ferveu em suas veias, e ela passou claramente a favorecer o partido dos brasileiros e encorajando o marido a permanecer no Brasil. (Grifo meu)
Veio o Dia do Fico de 9 de janeiro de 1822, quando Dom Pedro afirmou bombasticamente:
"Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico".
Depois da decisão de Dom Pedro de desafiar a Cortes, cerca de dois mil homens liderados por Jorge Avilez amotinaram-se, mas em resposta foram cercados pelos brasileiros armados, liderados pela Divisão Militar da Guarda Real de Polícia, ou simplesmente Guarda Real da Polícia (GRP), criada em 13 de maio de 1809 pelo senhor Dom João VI.
Com o cerco dos ‘cariocas’, Dom Pedro teve forças para demitir o Comandante Geral das Tropas Portuguesas.
Imediatamente o General Jorge de Avilez abandonou o Monte Castelo com receio de um ataque dos brasileiros, recuando para a Praia Grande, em Niterói, que fortificou, mas de nada adiantou efetivamente e acabou sendo expulso, com suas tropas, pelo Príncipe Regente.
A Tropa Portuguesa embarcou em fevereiro, chegando a Lisboa em maio de 1822.
Mas, no logo no início dessas posturas de Jorge Avilez a soldadesca portuguesa esse colocou de prontidão, uma prontidão constante e hostil, em frente aos Paços Reais.
Diante da revolta de Avilez e de seus homens a senhora Dona Leopoldina, filhos, fâmulos e os mais fieis chegados, foram obrigados a fugir da Corte do Regente rumando para a Real Fazenda de Santa Cruz, situada na distante localidade de Santa Cruz, hoje o pujante bairro de Santa Cruz, porque.
Segundo consta foi uma viagem terrível, com muita chuva, e o pequeno Principe da Beira, Dom João Carlos Pedro Leopoldo Borromeu de Bragança, adoeceu e em consequência veio morrer na volta a Quinta da Boa Vista em 4 de fevereiro de 1822.
Mãe extremosa Dona Leopoldina nunca perdoou a Avilez, nem tão pouco aos portugueses e seus partidários pelo fato, e incentivou ao marido a outorgar a Cidade do Rio de Janeiro, isso por causa do feito dos cariocas armados, liderados pela Guarda Real da Polícia, o Título de Mui Leal e Heroica.



Foi coroada imperatriz em 1 de dezembro de 1822, na cerimônia de Coroação e Sagração de Pedro I na Capela Imperial do Rio de Janeiro.

Ainda na Wikipédia:
Morreu no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, bairro de São Cristóvão, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1826. Seu corpo, revestido do manto imperial, foi colocado em três urnas: a primeira de pinho português, a segunda de chumbo (com a inscrição latina própria, sobre a qual havia uma caveira com duas tíbias cruzadas e, sobre esta o brasão imperial em prata) e a terceira de cedro.
Foi sepultada no Convento da Ajuda, na atual Cinelândia. Quando o convento foi demolido, em 1911, os restos foram transladados para o Convento de Santo Antônio, também no Rio de Janeiro, onde foi construído um mausoléu para ela e alguns membros da Família Imperial. Em 1954, foram transferidos definitivamente para um sarcófago de granito verde ornado de ouro, na Capela Imperial, sob o Monumento do Ipiranga, na cidade de São Paulo.




Títulos e Tratamento:

22 de janeiro de 1797 – 11 de agosto de 1804: Sua Alteza Real, Arquiduquesa Leopoldina da Áustria
11 de agosto de 1804 – 6 de novembro de 1817: Sua Alteza Imperial e Real, Arquiduquesa Leopoldina da Áustria
6 de novembro de 1817 – 12 de outubro de 1822: Sua Alteza Real, a Princesa Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, Duquesa de Bragança
12 de outubro de 1822 – 10 de março de 1826: Sua Majestade Imperial, a Imperatriz do Brasil
10 de março de 1826 – 28 de maio de 1826: Sua Majestade Imperial e Fidelíssima, a Imperatriz do Brasil e Rainha de Portugal
28 de maio de 1826 – 11 de dezembro de 1826: Sua Majestade Imperial, a Imperatriz do Brasil



Túmulo de Dona Leopoldina
Cripta Imperial.
Parque da Independência
Bairro do Ipiranga
São Paulo, Brasil.


Infelizmente em Dona Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga não sobressaiu os genes Habsburgo. 



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