sábado, 16 de abril de 2016

A Família Materna- Parte Dois - Carlos I & V

A Família Materna- Parte Dois

A mãe de Dona Maria II era de puro sangue Habsburgo - Blut Habsburger.


 

O apogeu do Habsburgos com Carlos, nascido Carlos de Gande, e se transformou em Sacra Cesárea Católica Real Majestade Carlos I & V, o senhor do Império onde o Sol nunca se punha.
Carlos é o responsável pelo o apogeu universal da milenar família dos Habsburgos.

« Charles par la divine clémence Empereur des Romains, toujours Auguste, Roi de Germanie, de Castille, de Léon, de Grenade, d'Aragon, de Navarre, de Naples, de Sicile, de Majorque, de Sardaigne, des îles Indes et terres fermes de la Mer Océane, Archiduc d'Autriche, Duc de Bourgogne, de Brabant, de Limbourg, de Luxembourg et de Gueldre, Comte de Flandres, d'Artois, de Bourgogne Palatin, de Hainaut, de Hollande, de Zélande, de Ferrette, de Haguenau , de Namur et de Zutphen, Prince de Zulbanc, Marquis de Saint-Empire, seigneur de Frise, de Salins, de Malines, le dominateur en Asie et en Afrique, Roi de la Nouvelle-Espagne, du Pérou, de la Nouvelle-Grenade , du Quito, et du Rio de la Plata et suzerain des Vice-rois de ces mêmes pays.

Tradução Livre:

"Carlos por clemência divina Imperador dos romanos, sempre Augustus, Rei da Alemanha, Castela, Leão, Granada, Aragão, Navarra, Nápoles, Sicília, Maiorca, Sardenha, ilhas e terras da Índia fazendas do mar oceano, Arquiduque da Áustria, Duque de Borgonha, Brabante, Limburgo e Gelderland do Luxemburgo, Conde de Flandres, Artois, Burgundy Palatine de Hainault, Holanda, Zelândia, Ferrette , Haguenau, Namur e Zutphen, Prince Zulbanc, Marquês do Sacro Império, senhor de Friesland, Salins, Mechelen, o dominador na Ásia e África, o Rei da Nova Espanha, Peru, Nova Granada, de Quito, e Rio de la Plata e senhor dos vice-reis desses países.

 
CARLOS V

Considero que a Titularidade realizada em francês e a que se aproxima mais da realidade que quero descrever, que quero provar, ou seja, que Carlos de Gande conseguiu o que seu bisavô paterno, Frederico III, deseja ao criar A.E.I.O.U. que corresponde ao latim « Austriae est imperare orbi universo » e em alemão « Alles Erdreich ist Oesterreich untertan ,que significa:" Cabe a Áustria governar o mundo”.
O Sol nunca se punha nesse Império dominado por um membro da Casa de Habsburgo e ou Casa da Áustria -  Die Habsburger auch Haus Habsburg und Haus Österreich.
É bem verdade que a fundadora desse vasto Império Transcontinental foi sua avó materna, Isabel, a Católica, da Casa de Trastámara, financiado a Navegação de Cristóvão Colombo, mas ele nunca foi eleita Imperatriz Sacra, nem teve vários domínios/feudos europeus – como os Países Baixos – agregados a sua Coroa de Castela.
Seu marido Fernando II, Rei de Aragão, ao contrario tinha o domínio sobre o Roussillon e Cerdaña, feudos continentais do Reino de Maiorca, de Nápoles da Sicília.
Com o casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão foram unidos dois * Ramos da Dinastia de Trastámara ( um ramo júnior do governante Casa de Borgonha , nomeado após o Conde de Trastámara (do latim: Depois de Tamaris , 'para além do rio Tambre ' no noroeste da Galiza), com isso as duas coroas (a Coroa de Castela e a Coroa de Aragão) formaram à Monarquia Espanhola Forte que pode lutar contra os Islamitas (mouros ou sarracenos), contra os apetites de poder do clero e dos nobres, um permanente fator de desestabilização das Coroas.
*A Casa Real de Trastámara Castela e Casa Real Aragon Trastámara
Em
As Cortes de Toledo em 1480, que afirmaram em sua Lei 111:

"Pues por la gracia de Dios los nuestros Reynos de Castilla y de León y de Aragón son unidos, y tenemos esperanza que por su piedad de aquí en adelante estarán unidos, y permanecerán en una corona Real: E así es razón que todos los naturales de ellos traten y comuniquen en sus tratos y facimientos".
Uma situação que dura até hoje, desde 19 de junho de 2014 com Su Majestad El Rey Católico Felipe VI, Rei da Espanha.
Formalmente Rei de Castela, de Leão, de Aragão, das Duas Sicílias, de Jerusalém, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valência, da Galiza, de Maiorca, de Sevilha, de Sardenha, de Córdoba, de Córsega, de Murcia, de Minorca, de Jaén, dos Algarves, de Algeciras, de Gibraltar, das Ilhas Canárias, das Índias Orientais e Ocidentais e das Ilhas e Terra Firme do Mar Oceano;
Arquiduque da Áustria, Duque de Borgonha, Brabante, Milão, Atenas e Neopatria, Conde de Habsburgo, Flandres, Tirol, Rosilhão e Barcelona, Senhor de Biscaia e Molina.

Mas voltemos a Isabel e a Fernando:
Ao completar a Reconquista em 1492 pela anexação do Reino de Granada, receberam do Papa Alexandre VI - Rodrigo Borja, nascido Roderic de Borja i Llançol, um espanhol de Xàtiva, antigamente cidade do Reino de Valência, pertencente ao Rei de Aragão, e hoje na província de Valência na Comunidade Valenciana, a Titularidade de “ Los Reyes Católicos” pela Bula “Se convenit” lançada em 19 de dezembro de 1496.
Contudo, graças ao casamento de Juana de Trastámara y Trastámara, llamada la Loca, filha de “ Los Reyes Católicos”, com Felipe de Habsburgo, llamado «el Hermoso», filho do Imperador Sacro Maximiliano I, os domínios da Casa de Trastámara, bem como os da Casa de Habsburgo, aumentaram consideravelmente, pois foram senhores de vários domínios/feudos espalhados pela Europa, a começar pelos Países Baixos Habsburguianos. 
Carlos de Gante era fruto da União concebida por Maximiliano I que levou a política de casamentos vantajosos ao extremo chegando a criar a expressão latina: 
Tu felix Austria nube
T.L.:
Tu, feliz Áustria, casasse
A frase completa era:

Bella gerant aliī, tū fēlix Austria nūbe/ Nam quae Mars aliīs, dat tibi regna Venus
T.L.: 
"Deixe que os outros fazer a guerra, mas tu, feliz Áustria, casasse para os reinos que Marte dá aos outros, Vênus dá a ti”.


Carlos de Gante:
Assim se chamou por ter nascido no Prinsenhof (literalmente "a Corte do Principe "), um castelo de Gante que era uma das residências de seus pais, pois Felipe de Habsburgo, llamado «el Hermoso», o havia herdado graças a herança de seu avô Carlos, o Temerário.
Gante em português é em holandês Gent, em alemão Gent, em francês Gand, hoje uma cidade e município belga, capital da província da Flandres Oriental.
Nasceu em 24 de fevereiro de 1500.
Faleceu em 21 de setembro de 1558 com 58 anos de idade.
O local de falecimento foi o Mosteiro de São Jerónimo de Yuste, um mosteiro e palácio medieval situado perto da cidade de Cuacos de Yuste, região de La Vera (anteriormente a Vera de Plasencia) localizada no nordeste da província de Cáceres, na Extremadura.
 Foi construído para acolher “ los «ermitaños de la pobre vida», uma célula de eremitas pobres, mas, depois foi entregue a Ordem de São Jerônimo – OSH, em Latin “Ordo Sancti Hieronymi”, que é uma ordem religiosa católica de clausura e orientação puramente contemplativa.
Carlos havia abdicado a Espanha e outros domínios em seu filho, Felipe II, e o Império em seu irmão Fernando I, optando por viver uma vida de recolhimento, meditação e oração.  Trataremos mais tarde dessas abdicações. 
Casamento:
Carlos casou em los Reales Alcázares de Sevilla em 11 de março de 1526, com Dona Isabel, Infanta de Portugal, sua prima, pois era filha de sua tia Maria de Aragón y Castilla, esposa de Dom Manuel I, o Venturoso, e irmã de Dom João III, o décimo quinto Rei de Portugal, cognominado O Piedoso ou O Pio pela sua crença religiosa.
Desta união nasceram:
1-     Filipe II, Rei de Espanha e Portugal, das Índias, etc..
     * Valladolid, Valladolid, 21.05.1527
† Madrid, Escorial (El), 13.09.1598
Que casou com:
a-      D. Maria, Infanta de Portugal
b-     Maria I Tudor, Rainha de Inglaterra e Irlanda
c-     Isabel de Valois, Princesa de França.
d-     Ana, Arquiduquesa de Áustria
2-     Maria de Austria, Infanta de Espanha.
* Madrid, Madrid, 21.06.1528
† Madrid, Real Monasterio de las Descalzas Reales, 24.02.1603
Que casou com seu primo Maximiliano II de Áustria, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.
3-     Fernando de Austria, Infante de Espanha.
* Valladolid, 22.11.1529
† Valladolid, 13.07.1530
4-     Joana de Áustria, Infanta de Espanha.
*Madrid 23.06.1537
† El Escorial 07.09.1573
Que casou aos 16 anos com Dom João Manuel de 15 anos, Príncipe herdeiro de Portugal, em Toro, 11.01.1552 por procuração. As bênçãos foram dadas em Lisboa em 05.12.1552.
* Évora, Évora, 30.03.1537
† Lisboa 02.01.1554
“ Enviuvando em 2 de janeiro de 1554, deu à luz a Dom Sebastião I, o décimo sexto Rei de Portugal, cognominado O Desejado, dezoito dias depois, na meia noite do dia 19 para o dia 20 de janeiro.
Tendo regressado a Espanha a pedido do seu pai, que tencionava abdicar, confiando a educação do filho, com apenas três meses, à sua sogra Catarina de Áustria (que era também sua tia).
Uma vez em Espanha, assumiu o cargo de Regente do Reino, em virtude do pai se achar ausente, assim como o irmão, Filipe II, que se achava em viagem pelos Países Baixos e pela Inglaterra, onde viria a casar com Maria Tudor”.

5-     Juan de Austria, Infante de Espanha.
*19.10.1537
† 20.03.1538
     6- Juan de Austria, Infante de Espanha.
* Toledo, 25.04.1539
† Toledo, 25.04.1539

Carlos era sapeca e teve filhos “ na rua”, a saber, mas todos nasceram antes do casamento e durante a sua viuvez:
1-     Isabel de Castilla, nascida em Valência, 20 de agosto de 1518, e falecida em data ignorada, filha de Germaine de Foix, segunda esposa de Fernando II de Aragão, portanto sua avó “torta”, que ostentava o Título de Rainha viúva de Aragão. Isabel de Castilla embora nunca tenha sido oficialmente reconhecida, em documentos oficiais, aparece com o título de “Princesa de Castilla”, e é designada como uma filha de Sua Majestade o Imperador.
2-     Margarita de Austria, conhecida como Margarita de Parma, nascida em Oudenaarde, Flandres, 28 de dezembro, 1522 e falecida em Ortona, Nápoles, 18 de janeiro de 1586. Era filha de Johanna von der Gheest, filha do tapeceiro  Gilles Johan van der Gheynst e de sua esposa Johanna van der Caye van Cocambi. Seus pais viviam em Nukerke perto Oudenaarde.
“ Em 9 de Julho de1529, Margarita foi legitimada por seu pai a pedido de sua tia-avó Margarida de Habsburgo, Arquiduquesa da Áustria, Princesa da Borgonha, filha de Maximiliano I e Maria da Borgonha.
Casou com:
a- Alessandro di Lorenzo de' Medici, detto il Moro, duca di Firenze- Alexandre de Medici, o Mouro, Duque de Florença, em 18 de janeiro de 1536.
* Toscana, Florença, 22.07.1510
† Toscana, Florença, 07.01.1537 - assassinado por seu primo Lorenzino de 'Medici.
Em segundas núpcias com:
Ottavio Farnese, segundo Duque de Parma e Piacenza e o terceiro Duque de Castro, Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro, sobrinho do Papa Paulo III, irmão dos Cardeais Ranuccio Farnese e Alessandro Farnese, em 4 de novembro 1538. Ottavio tinha 15 anos, enquanto Margarida tinha 16.
Foram pais dos gêmeos:
I - Alexandre Farnese, Duque de Parma.
* Roma, Roma, 27.08.1545
† Saint Waast, 02.12.1592
Que casou com Dona Maria de Portugal ou Maria de Guimarães.
* Lisboa, Lisboa, 08.12.1538
† Emilia-Romagna, Parma, 09.07.1577
Seu pai foi Dom Duarte I, 4.º Duque de Guimarães, Infante de Portugal, filho do Rei Manuel I, o Venturoso, e Dona Maria de Aragão.
Sua mãe foi Dona Isabel de Bragança, filha de Dom Jaime I, quarto Duque de Bragança, e de Dona Leonor de Mendoza y Guzman, filha de Don Juan Alonso de Guzman, 3º Duque de Medina Sidonia.
II- Carlo Farnese que morreu ao nascer em 27.08.1545.
Margarida de Parma foi Governador dos Países Baixos de 1559-1567, e novamente, agora junto com o filho Alexandre Farnese, de 1578-1582. Ela gostava de ser chamado de "Madama", por isso, o palácio romano que herdou de seu primeiro marido Alexandre de Medici foi chamado de Palazzo Madama, e hoje é a sede do Senado italiano.
3-     Juana (* 1522 - + 1530), cuja mãe era uma senhora de Nassau, aparentemente de origem nobre;
4-     Tadea, nascida em 1522 ou 1523, cuja mãe foi a italiana Ursolina della Penna, ou Orsolina, conhecida como "a mais bela de Perugia ".
Que casou com um italiano chamado Sinidaldo Copeschi di Montefalcone.
Que enviou um mensageiro para Felipe II, Rei de Espanha, seu meio-irmão, em 1562, pedindo para ser reconhecida como filha de Carlos I& V, mas que não obteve resposta do monarca.
Que viveu em Roma até sua morte em 1562.
5-     Dom Juan de Austria, o vencedor da Batalha de Lepanto, quando a Santa Liga (Espanha e Itália), sob o seu comando derrota a armada turca.  Alvíssaras.
* Ratisbona, 25.02.1545
† Namur, 01.10.1578
Filho de Barbara Blomberg era filha de um artesão oficial da Cidade Imperial de Regensburg, o Gürtlermeisters Wolfgang Plumberger (e não Blomberg), e de sua esposa Sibilla Lohman. Barbara por odem do Imerador casou com Jerome Píramo Kegell (Jerôme Píramo Kegel ) e com este teve mais filhos.
Dom Juan, que com três anos era chamado Gerónimo ou Jerome, por causa de seu padrasto, foi separado de sua mãe para ser educado na Espanha por vontade de Carlos I & V.
Para tal empreitada Don Luis Méndez de Quijada, Mayordomo de Su Santa Cesárea Católica Majestad, acordou em Bruxelas em 13 de junho de 1550, com Francisco Massy, ​​violista da Corte Imperial, casado com Ana de Medina, que eles iam educar a criança e para isso seria lhes dado anualmente cinquenta ducados.
Mais, Don Luis Méndez de Quijada descobriu que o menino não estava recebendo educação adequada, apelou para o Imperador e conseguiu que ele e sua esposa Doña Magdalena de Ulloa, que não tinham filhos, passassem a educa-lo. 
No verão de 1554, a criança foi levada para o castelo de Don Luis de Quijada, em Villagarcía de Campos, hoje província de Valladolid, comunidade autónoma de Castela e Leão, e Dona Magdalena de Ulloa, assumiu o comando da sua educação, auxiliada pelo professor Guillen Prieto Latina, pelo capelão Garcia Morales, e pelo escudeiro Juan Galarza.
O amaram e o criaram como a um filho.
Codicilo - s.m. Alteração de um testamento por disposições posteriores a ele – e Carlos I& V escreveu um no dia 6 de junho de 1554, no qual ele reconheceu que " quando eu estava na Alemanha, depois de enviuvar tive um filho natural de uma mulher solteira, que é chamado Gerónimo”.
Já no Mosteiro de Yuste, Carlos ordenou a Don Luis de Quijada que estava vivendo lá, para que trouxesse a criança para a aldeia de Cuacos de Yuste.
Embora o imperador reconheceu oficialmente Don Juan da Áustria como uma criança após a sua morte em 1558 na vontade, na qual ele recebeu seu filho Jerome ia ser chamado John, após o nome que queria para colocar a Rainha Mãe de Carlos I.
Contudo, Gerónimo, embora tenha sido pelo Imperador-Rei reconhecido por Testamento, e no qual havia ordenado que ele passasse a se chamar Juan, em homenagem a sua mãe e avó Juana, a Loca, o jovem Don Juan de Austria só foi oficialmente reconhecido como membro da Família Real por seu meio-irmão Felipe II, Rei de Espanha, em 28 de setembro de 1559. Felipe II constituiu para ele Casa Propria - la «Casa de Don Juan de Austria» - com 15.000 ducados de renda, colocando a frente dela a Don Luis Méndez de Quijada.
Don Juan da Áustria completou sua educação na Universidade de Alcala de Henares.
O Imperador- Rei queria que ele seguisse a carreira eclesiástica, mas o moço não era dado a isso, e seu meio-irmão Felipe II o nomeou Capitán General de la Mar, e para aprender o oficio naval nomeou como seus mentores a :
Álvaro de Bazán y Guzmán, "I Marqués de Santa Cruz, grande de España, señor de las villas del Viso y Valdepeñas, comendador mayor de León y de Villamayor, Alhambra y La Solana en la Orden de Santiago; miembro del Consejo de su Majestad Felipe II, Capitán General del Mar Océano y de la gente de guerra del reino de Portugal";
Don Luis de Requesens y Zúñiga, que tinha sido professor do Rei Felipe II, Vice-Almirante, Cavaleiro Comandante de Castela na Ordem de Santiago, embaixador junto à Santa Sé, Governador de Milão de 1572-1573, Governador dos Países Baixos de 1573-1576.
Como o braço direito de Dom Juan de Austria o seu trabalho foi fundamental para a grande vitória da Santa Liga na Batalha de Lepanto.           
Sempre fiel ao meio-irmão denunciou a conspiração de Carlos de Austria, Príncipe de Asturias, seu sobrinho e filho de Felipe II, que até já havia confessado ao Prior do Convento de Atocha de seus propósitos de assassinar ao Rei seu pai. Ao ser desmascarado na Câmara do Rei, já meio insano atacou ao tio, mas este mais forte, o imobilizou. Carlos foi preso em seus aposentos, com ordens de não forneceram a ele nem facas, nem garfos.
O desenvolvimento físico de Carlos de Austria, Príncipe de Asturias, foi deficiente por causa da malária que pegou quando tinha 11 anos, além do que um defeito em sua coluna vertebral o obrigava a andar torto, o que provocou uma deficiência nas pernas, andava mancando, assim com saúde fraca, com uma grande fraqueza física, acabou morrendo no cativeiro em 28 de julho de 1568, e “houve especulações sobre se Felipe II matou seu filho enquanto ele estava detido”.
Don Juan da Áustria voltou para o Mediterrâneo para assumir a frota.
Os Islamitas, os mouros ou sarracenos, continuavam a dar trabalho, e aconteceu La Rebelión de las Alpujarras, ou Guerra ou Revolta dos Mouriscos, um conflito que ocorreu na entre 1568 e 1571.
Aben Humeya, pretendente à coroa de Granada, era na realidade Fernando de Córdoba y Válor, espanhol que se converteu ao Islão e foi eleito Rei de Granada e de Córdoba pelos mouros.
Chefiando 30 000 mouros começou a dar combate as tropas de Felipe II, que eram comandadas pelo Capitán General de Granada, Íñigo López de Mendoza y Mendoza, III Marques de Mondéjar, mas que não estava dando conta do recado.
Felipe II o destituiu e nomeou Don Juan da Austria o novo Capitán General, isto é, Comandante Supremo das Forças Reais.
Durante o cerco da Fortaleza de Serón, Don Luis Méndez de Quijada levou um tiro na cabeça, vindo a morrer uma semana depois, no dia 25 de fevereiro, em Caniles.
Dom Juan da Austria conquistou vitorias, negociou a Paz com Aben Humeya, em maio de 1570, mas esse foi estrangulado por um dos seus, com isso os mouros continuaram a sua luta.
Entretanto, Don Juan da Áustria conseguiu finalmente sufocar a revolta, com severidade e com grande derramamento de sangue.
Os mouros foram espalhados por ordem real, mas sua integração era, e é difícil, o que motivou em 1609, Filipe III decretar a total expulsão dos mouros espanhóis.
Com a formação da Santa Liga (Liga Santa, ou Liga Santa do Mediterrâneo), a 25 de maio de 1571, com a participação da República de Veneza, os Estados (domínios e feudos) dos Habsburgos da Espanha, de Nápoles e Sicília e Estados Pontifícios, a República de Génova, o Ducado de Savoia e a Ordem de São João de Jerusalém, como tentativa de dissolver o domínio dos turcos otomanos sobre o Mediterrâneo oriental, Don Juan da Austria foi nomeado Comandante da Frota, tendo como auxiliares:
Álvaro de Bazán, acima citado;
Alexander Farnese, acima citado;
Marcantonio Colonna, Principe e Duca di Paliano, Gran Conestabile del Regno di Napoli, Viceré di Sicilia, Duca di Tagliacozzo, Conte di Ceccano, signore di Genazzano, signore di Marino, comandante da Frota Papal, mas sob o comando geral de Don Juan da Austria;
Giovanni Andrea Doria, Principe di Melfi, e Marques de Torriglia, Almirante da Republica de Gênova.
O Doge de Veneza, Sebastiano Venier, comandava a Frota Venezia, mas sob o comando geral de Don Juan da Austria.
O Império Otomano foi um Estado turco que existiu entre 1299 e 1922, e era governado por Selim II, decimo primeiro Sultão Otomano, da Dinastia Otomana ou Casa de Osman (em turco Osmanlı padişahları), mas sua frota era comandada por Müezzinzade Ali Pasha, Kapudan Pasha (Grande Almirante) no comando, auxiliado por Uluç Ali Paşa, nascido em Le Castella, na Calábria, Itália, com o nome de Giovan Dionigi Galeni, Mehmed Siroco, também conhecido como  Şuluk Mehmed Pasha, Bey (governador regional) de Alexandria.  
E aconteceu a Batalha de Lepanto de 7 de outubro de 1571.
Do lado cristão da Santa Liga:
212 navios:
28.500 soldados
40.000 marinheiros e remadores
1.815 canhões.
Saldo: 7.500 mortos
17 navios perdidos
Do lado Turco-otomano:
251 navios
31.490 soldados
50.000 marinheiros
750 canhões.
Saldo:
20.000 mortos, feridos ou capturados
137 navios capturados
50 navios afundados
12.000 cristãos libertados
Müezzinzade Ali Pasha, Kapudan Pasha (Grande Almirante) no comando, foi decapitado por Juan da Áustria na Batalha de Lepanto. Sua cabeça foi colocada na Nau Capitânia da Frota Cristã, La Real, para minar o moral das tropas otomanas.
Depois de Lepanto foi nomeado Governador dos Países Baixos
1575-1578.
Assina o Édito Perpétuo (também conhecido como o Tratado de Marche-en-Famenne) em 7 de janeiro de 1577, e por este decreto, os signatários se comprometem a:
Aceitar os acordos contidos na pacificação de Gante – uma aliança assinada 8 de novembro de 1576 entre as Dezessete Províncias de Países Baixos espanhóis, a fim de acabar com os abusos de tropas espanholas e pôr fim à guerra civil entre as províncias restantes leal à coroa espanhola e as províncias rebeldes de Holanda e Zelândia;
As províncias rebeldes vai reconhecer Felipe II como seu rei e Don Juan da Áustria como seu tutor;
O respeito pela Catolicismo das províncias rebeldes;
A infantaria regimentos espanhol, italiano, alemão e da Borgonha deve abandonar o país vinte dias após a ratificação do Édito por Felipe II;
As duas partes signatárias renunciam a qualquer pacto contrário ao edital;
Anistia geral.
Esse Édito Perpétuo não saiu do papel.
Falta-lhe recursos, e pululam as intrigas, explorando a decisão de Felipe II de não reconhecer Juan da Austria como Infante e com direitos de ser tratado como sua Alteza Real. Mesmo assim Don Juan da Austria vence em 31 de janeiro de 1578 o exército dos Estados Gerais em Gembloux, perto de Namur. Mais a doença come suas forças, e Don Juan morre de tifo, uma doença contraída durante uma campanha militar, em 1 de outubro de 1578.
Ele foi sucedido como Governador dos Países Baixos por Alexandre Farnese, Duque de Parma, filho de Margarida de Parma, portanto seu sobrinho.
Os restos mortais de Don Juan da Áustria foram levados para Espanha e se encontram em El Panteón de Infantes del Monasterio de San Lorenzo de El Escorial, ou seja, se tornou Infante depois de morto,
“ Seu túmulo é coberto por uma estátua deitada de rara beleza representando o falecido vestido em armadura, com o Colar da Ordem do Tosão de Ouro, e com uma curiosidade, por não ter morrido em batalha, em combate, é representado sem luvas. A obra foi moldada pela Ponciano Ponzano y Gascón, um espanhol de Zaragoza, e esculpida em mármore de Carrara pelo escultor italiano Giuseppe Galeotti”.
Morreu solteiro, mas teve alguns amores femininos.


Carlos I & V com 25 anos de idade segundo o embaixador veneziano Gaspar Contarini:
Es de estatura mediana, mas no muy grande, ni pequeño, blanco, de color más bien pálido que rubicundo; del cuerpo, bien proporcionado, bellísima pierna, buen brazo, la nariz un poco aguileña, pero poco; los ojos ávidos, el aspecto grave, pero no cruel ni severo; ni en él otra parte del cuerpo se puede inculpar, excepto el mentón y también toda su faz interior, la cual es tan ancha y tan larga, que no parece natural de aquel cuerpo; pero parece postiza, donde ocurre que no puede, cerrando la boca, unir los dientes inferiores con los superiores; pero los separa un espacio del grosor de un diente, donde en el hablar, máxime en el acabar de la cláusula, balbucea alguna palabra, la cual por eso no se entiende muy bien.
T.L.:
Ele é de estatura média, nem não muito grande, nem muito  pequeno, branco, [ mais] para pálido, [do que para] corado; corpo, bem proporcionado, belíssimas  pernas, braços bons, nariz ligeiramente aquilino, mas pouco; olhos ávidos, olhar sério, mas não cruéis ou graves; ou outra parte do corpo que ele pode culpar exceto o queixo e toda a sua face interior, que é tão grande e tão longo que não parece natural para que o corpo; mas parece falsa, onde ocorre que não pode, fechar a boca, anexando os dentes inferiores com os superiores; mas separa um espaço da largura de um dente, [ por isso] quando conversa, especialmente no final da frase, murmura algumas palavras, que não são tão bem compreendidas.
O mundo estava em franca ebulição, a Reforma Protestante tinha se encarregado de começar as Grande Mudanças, a até então poderosa Fé Católico-romana estava em cheque, a Civilização Ocidental adentrava pelos territórios as margens dos Mares Oceanos, nem o mais sábio dos homens podia adivinhar onde essa ‘revolução’ levaria a Humanidade.
Carlos era senhor de um Império que açambarcava mais da metade da Europa Ocidental, e dominador de terras na Ásia e África, o Rei da Nova Espanha (México e Guatemala), do Peru, de Nova Granada (atual Colômbia), de Quito, e Rio de la Plata e senhor dos vice-reis desses países.
 “Em 24 de fevereiro de 1530 em Bolonha foi coroado Imperador do Sacro Império Romano pelo Papa Clemente VII, mas sempre como o autointitulado Primeiro Defensor da Igreja Católica, colocava a Hierarquia da Igreja em cheque, pois não admitia nenhuma tentativa de podar o seu Poder”.
E isso causava grandes desgastes emocionais.
Enfim...
.... Eram grandes suas responsabilidades, e para defender seus interesses fazia a Guerra e acordava a Paz.
Frederico III seu bisavô paterno era um místico, com problemas emocionais, tanto que “ de acordo com relatos da época, tinha dificuldades em estabelecer relacionamentos com outras pessoas, incluindo seus filhos e esposa Eleanor”. Seu avô paterno Maximiliano, filho do anterior, sofreu por anos de depressão.
Sua mãe Juana era louca.
Logo geneticamente Carlos era propenso a depressão.
Carlos, por incrível que pareça, amava sua Isabel, e sentia falta da Imperatriz-Rainha.
E a perda de sua esposa lhe trouxe problemas emocionais.
Sofria de asma, de diabetes, de gota, de hemorroidas (montar a cavalo era um sacrifício), ou seja, essas doenças agravaram sua melancolia, seu estado de grande tristeza, seu desencanto era geral, afinal Henrique VIII de Inglaterra, Francisco I de França, Martin Luther, Desiderius Erasmus, o Papa Paulo III, os principais protagonistas, que, juntamente com ele, atuaram no cenário europeu tinham morrido:
Se sentia um Homem já fora do tempo.


Meditando sobre tudo isso, deu ao filho Felipe, futuro Felipe II, o Ducado de Milão, e depois que ele se casou com Mary Tudor, Rainha da Inglaterra, o Reino de Nápoles.
Fez de Felipe o Herdeiro de Flandres e o apresentou formalmente aos Príncipes do Sacro Império Romano Germânico, na esperança da aceitação dele por eles, mas Felipe era espanhol demais.
Seu irmão, Fernando I de Habsburgo, que por ele tinha sido conduzido e eleito Rei da Alemanha, formalmente Rei dos Romanos, em 5 de janeiro de 1531, em Colonia, por cinco votos contra um, o de Johann der Beständige, ou João da Saxônia (Saxe), Principe-eleitor protetor de Lutero, que protestou para chuchu dessa Unção e Coroação em Aachen pelo arcebispo Hermann de Wied, protestou por causa dessa exposição demasiada de Felipe II.
E os irmãos se estranharam.
Para piorar as coisas Juana, a Loca, morre em Tordesilhas sem nunca ter recuperado a sanidade, com 75 anos, em 11 de abril de 1555, um fato que perturbou muito a Carlos.
Se fazia necessário preparar a abdicação.
Em 22 de outubro de 1555, Carlos convocou os cavaleiros da Ordem do Tosão de Ouro para informá-los de sua resolução.
Felipe II chega a Bruxelas, e ante os Estados Gerais dos Países Baixos, no mesmo salão do Palais du Coudenberg – Palácio de Coudenberg-residência dos Duques de Brabante e dos Duques de Borgonha, onde ele havia sido aclamado Duque da Borgonha, em uma atmosfera de lágrimas, ele abicou em seu filho e o aclamou como o novo Duque de Borgonha, e Soberano dos Países Baixos.
Alguns meses mais tarde, 16 de janeiro de 1556, abdica em Felipe sua herança espanhola.


Nesse meio tempo ordena aos Príncipes-eleitores do Sacro Império Romano Germânico que “ considerem Fernando, Rei dos Romanos, como se fosse ele mesmo, o Imperador Sacro, aumentando assim o Poder do irmão, pois essa foi a forma encontrada para abdicar o Diadema Imperial em 16 de janeiro de 1556”.
Fernando ficava, também, com a Áustria e suas possessões.
A Dieta Imperial não aceitou a abdicação (e, assim, torná-la juridicamente válida) até 3 de maio de 1558, e o engraçado é que até essa data, Carlos continuou a ser o Imperador Sacro, mesmo não mais tomando parte nos assuntos do Império.
O Papa Pio IV, também, não, mais ninguém deu bola para a opinião dele.  
Fernando foi Ungido e Coroado Imperador do Sacro Império Romano Germânico em 14 de março de 1558, em Frankfurt am Main.
Chamo atenção que: “ Carlos excluiu seu filho o Infante Filipe, futuro Filipe II de Espanha, da sucessão imperial germânica, que foi transmitida ao primogênito de Fernando, Maximiliano”.
E dele, Fernando, que descende Dona Leopoldina de Habsburgo.

Nota: Somente por Carlos V, que é o mesmo Carlos I, "Sacra Cesárea Católica Real Majestade" só existiu graças à união pessoal dos tronos da Espanha com o do Sacro Império, sendo o primeiro real e o último imperial.







 Alegoria de Carlos como Imperador de um Império que o Sol nunca se punha. 

Titulo:
Don Carlos por la gracia de Dios Rey de Romanos Emperador Semper Augusto.
Doña Joana su madre y el mesmo Don Carlos por la mesma gracia Reyes de Castilla, de Leon, de Aragon, de las dos Sicilias, de Ierusalen, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valencia, de Galicia, de Mallorcas, de Sevilla, de Cerdeña, de Cordova, de Corcega, de Murcia, de Jaen, de los Algarbes, de Algezira, de Gibraltar, de las Islas de Canaria, de las Indias islas y tierra firme del Mar Oceano,
Condes de Barcelona,
Señores de Vizcaya e de Molina,
Duques de Atenas e de Neopatria,
Condes de Ruysellon e de Cerdenia,
Marqués de Oristan e de Gorciano,
Arquiduques de Austria,
Duques de Borgoña de Bravante.
Pragmática o Edicto del Emperador contra los comuneros dada en Worms (ebrero de 1521





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