A Família Materna- Parte Dois
A mãe de Dona
Maria II era de puro sangue Habsburgo - Blut Habsburger.
O apogeu do
Habsburgos com Carlos, nascido Carlos de Gande, e se transformou em Sacra
Cesárea Católica Real Majestade Carlos I & V, o senhor do Império onde o
Sol nunca se punha.
Carlos é o
responsável pelo o apogeu universal da milenar família dos Habsburgos.
« Charles par la
divine clémence Empereur des Romains, toujours Auguste, Roi de Germanie, de
Castille, de Léon, de Grenade, d'Aragon, de Navarre, de Naples, de Sicile, de
Majorque, de Sardaigne, des îles Indes et terres fermes de la Mer Océane,
Archiduc d'Autriche, Duc de Bourgogne, de Brabant, de Limbourg, de Luxembourg
et de Gueldre, Comte de Flandres, d'Artois, de Bourgogne Palatin, de Hainaut,
de Hollande, de Zélande, de Ferrette, de Haguenau , de Namur et de Zutphen,
Prince de Zulbanc, Marquis de Saint-Empire, seigneur de Frise, de Salins, de
Malines, le dominateur en Asie et en Afrique, Roi de la Nouvelle-Espagne, du
Pérou, de la Nouvelle-Grenade , du Quito, et du Rio de la Plata et suzerain des
Vice-rois de ces mêmes pays.
Tradução Livre:
"Carlos por
clemência divina Imperador dos romanos, sempre Augustus, Rei da Alemanha,
Castela, Leão, Granada, Aragão, Navarra, Nápoles, Sicília, Maiorca, Sardenha,
ilhas e terras da Índia fazendas do mar oceano, Arquiduque da Áustria, Duque de
Borgonha, Brabante, Limburgo e Gelderland do Luxemburgo, Conde de Flandres,
Artois, Burgundy Palatine de Hainault, Holanda, Zelândia, Ferrette , Haguenau,
Namur e Zutphen, Prince Zulbanc, Marquês do Sacro Império, senhor de Friesland,
Salins, Mechelen, o dominador na Ásia e África, o Rei da Nova Espanha, Peru, Nova
Granada, de Quito, e Rio de la Plata e senhor dos vice-reis desses países.
CARLOS V
Considero que a Titularidade
realizada em francês e a que se aproxima mais da realidade que quero descrever,
que quero provar, ou seja, que Carlos de Gande conseguiu o que seu bisavô
paterno, Frederico III, deseja ao criar A.E.I.O.U. que corresponde ao latim «
Austriae est imperare orbi universo » e em alemão « Alles Erdreich ist Oesterreich
untertan ,que significa:" Cabe a Áustria governar o mundo”.
O Sol nunca se punha nesse
Império dominado por um membro da Casa de Habsburgo e ou Casa da Áustria - Die Habsburger auch Haus Habsburg und Haus
Österreich.
É bem verdade que a fundadora
desse vasto Império Transcontinental foi sua avó materna, Isabel, a Católica,
da Casa de Trastámara, financiado a Navegação de Cristóvão Colombo, mas ele
nunca foi eleita Imperatriz Sacra, nem teve vários domínios/feudos europeus –
como os Países Baixos – agregados a sua Coroa de Castela.
Seu marido Fernando II, Rei de
Aragão, ao contrario tinha o domínio sobre o Roussillon e Cerdaña, feudos
continentais do Reino de Maiorca, de Nápoles da Sicília.
Com o casamento de Isabel de
Castela e Fernando de Aragão foram unidos dois * Ramos da Dinastia de
Trastámara ( um ramo júnior do governante Casa de Borgonha , nomeado após o Conde de
Trastámara (do latim: Depois de Tamaris , 'para além do rio Tambre '
no noroeste da Galiza), com isso as duas coroas (a Coroa de Castela e a Coroa
de Aragão) formaram à Monarquia Espanhola Forte que pode lutar contra os
Islamitas (mouros ou sarracenos), contra os apetites de poder do clero e dos nobres,
um permanente fator de desestabilização das Coroas.
*A Casa Real de
Trastámara Castela e Casa Real Aragon Trastámara
Em
As Cortes de Toledo em 1480,
que afirmaram em sua Lei 111:
"Pues por la
gracia de Dios los nuestros Reynos de Castilla y de León y de Aragón son
unidos, y tenemos esperanza que por su piedad de aquí en adelante estarán
unidos, y permanecerán en una corona Real: E así es razón que todos los
naturales de ellos traten y comuniquen en sus tratos y facimientos".
Uma situação que dura até hoje,
desde 19 de junho de 2014 com Su Majestad El Rey Católico Felipe VI, Rei da
Espanha.
Formalmente Rei de Castela, de
Leão, de Aragão, das Duas Sicílias, de Jerusalém, de Navarra, de Granada, de
Toledo, de Valência, da Galiza, de Maiorca, de Sevilha, de Sardenha, de
Córdoba, de Córsega, de Murcia, de Minorca, de Jaén, dos Algarves, de
Algeciras, de Gibraltar, das Ilhas Canárias, das Índias Orientais e Ocidentais
e das Ilhas e Terra Firme do Mar Oceano;
Arquiduque da Áustria, Duque
de Borgonha, Brabante, Milão, Atenas e Neopatria, Conde de Habsburgo, Flandres,
Tirol, Rosilhão e Barcelona, Senhor de Biscaia e Molina.
Mas voltemos a Isabel e a Fernando:
Ao completar a Reconquista em
1492 pela anexação do Reino de Granada, receberam do Papa Alexandre VI - Rodrigo
Borja, nascido Roderic de Borja i Llançol, um espanhol de Xàtiva, antigamente
cidade do Reino de Valência, pertencente ao Rei de Aragão, e hoje na província
de Valência na Comunidade Valenciana, a Titularidade de “ Los Reyes Católicos”
pela Bula “Se convenit” lançada em 19 de dezembro de 1496.
Contudo, graças ao casamento
de Juana de Trastámara y Trastámara, llamada la Loca, filha de “ Los Reyes
Católicos”, com Felipe de Habsburgo, llamado «el Hermoso», filho do Imperador
Sacro Maximiliano I, os domínios da Casa de Trastámara, bem como os da Casa de
Habsburgo, aumentaram consideravelmente, pois foram senhores de vários
domínios/feudos espalhados pela Europa, a começar pelos Países Baixos
Habsburguianos.
Carlos de Gante era fruto da
União concebida por Maximiliano I que levou a política de casamentos vantajosos
ao extremo chegando a criar a expressão latina:
Tu felix Austria
nube
T.L.:
Tu, feliz Áustria,
casasse
A frase completa era:
Bella gerant aliī,
tū fēlix Austria nūbe/ Nam quae Mars aliīs, dat tibi regna Venus
T.L.:
"Deixe que os
outros fazer a guerra, mas tu, feliz Áustria, casasse para os reinos que Marte
dá aos outros, Vênus dá a ti”.
Carlos de Gante:
Assim se chamou por ter
nascido no Prinsenhof (literalmente "a Corte do Principe "), um castelo
de Gante que era uma das residências de seus pais, pois Felipe de Habsburgo,
llamado «el Hermoso», o havia herdado graças a herança de seu avô Carlos, o Temerário.
Gante em português é em
holandês Gent, em alemão Gent, em francês Gand, hoje uma cidade e município
belga, capital da província da Flandres Oriental.
Nasceu em 24 de fevereiro de
1500.
Faleceu em 21 de setembro de
1558 com 58 anos de idade.
O local de falecimento foi o Mosteiro
de São Jerónimo de Yuste, um mosteiro e palácio medieval situado perto da
cidade de Cuacos de Yuste, região de La Vera (anteriormente a Vera de
Plasencia) localizada no nordeste da província de Cáceres, na Extremadura.
Foi construído para acolher “ los «ermitaños
de la pobre vida», uma célula de eremitas pobres, mas, depois foi entregue a Ordem
de São Jerônimo – OSH, em Latin “Ordo Sancti Hieronymi”, que é uma ordem
religiosa católica de clausura e orientação puramente contemplativa.
Carlos havia abdicado a Espanha e outros domínios em seu
filho, Felipe II, e o Império em seu irmão Fernando I, optando por viver uma
vida de recolhimento, meditação e oração.
Trataremos mais tarde dessas abdicações.
Casamento:
Carlos casou em los Reales
Alcázares de Sevilla em 11 de março de 1526, com Dona Isabel, Infanta de
Portugal, sua prima, pois era filha de sua tia Maria de Aragón y Castilla,
esposa de Dom Manuel I, o Venturoso, e irmã de Dom João III, o décimo quinto
Rei de Portugal, cognominado O Piedoso ou O Pio pela sua crença religiosa.
Desta união nasceram:
1- Filipe II, Rei de Espanha e Portugal, das
Índias, etc..
* Valladolid, Valladolid, 21.05.1527
† Madrid, Escorial (El),
13.09.1598
Que casou com:
a- D.
Maria, Infanta de Portugal
b- Maria
I Tudor, Rainha de Inglaterra e Irlanda
c- Isabel
de Valois, Princesa de França.
d- Ana,
Arquiduquesa de Áustria
2-
Maria
de Austria, Infanta de Espanha.
* Madrid, Madrid, 21.06.1528
† Madrid, Real Monasterio de
las Descalzas Reales, 24.02.1603
Que casou com seu primo
Maximiliano II de Áustria, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.
3-
Fernando
de Austria, Infante de Espanha.
* Valladolid, 22.11.1529
† Valladolid, 13.07.1530
4-
Joana
de Áustria, Infanta de Espanha.
*Madrid 23.06.1537
† El Escorial 07.09.1573
Que casou aos 16 anos com Dom
João Manuel de 15 anos, Príncipe herdeiro de Portugal, em Toro, 11.01.1552 por
procuração. As bênçãos foram dadas em Lisboa em 05.12.1552.
* Évora, Évora, 30.03.1537
† Lisboa 02.01.1554
“
Enviuvando em 2 de janeiro de 1554, deu à luz a Dom Sebastião I, o décimo sexto
Rei de Portugal, cognominado O Desejado, dezoito dias depois, na meia noite do dia
19 para o dia 20 de janeiro.
Tendo
regressado a Espanha a pedido do seu pai, que tencionava abdicar, confiando a
educação do filho, com apenas três meses, à sua sogra Catarina de Áustria (que
era também sua tia).
Uma
vez em Espanha, assumiu o cargo de Regente do Reino, em virtude do pai se achar
ausente, assim como o irmão, Filipe II, que se achava em viagem pelos Países
Baixos e pela Inglaterra, onde viria a casar com Maria Tudor”.
5-
Juan
de Austria, Infante de Espanha.
*19.10.1537
† 20.03.1538
6- Juan de Austria, Infante de Espanha.
* Toledo, 25.04.1539
† Toledo, 25.04.1539
Carlos era sapeca e teve filhos “
na rua”, a saber, mas todos nasceram antes do casamento e durante a sua viuvez:
1- Isabel
de Castilla, nascida em Valência, 20 de agosto de 1518, e falecida em data
ignorada, filha de Germaine de Foix, segunda esposa de Fernando II de Aragão,
portanto sua avó “torta”, que ostentava o Título de Rainha viúva de Aragão. Isabel
de Castilla embora nunca tenha sido oficialmente reconhecida, em documentos
oficiais, aparece com o título de “Princesa de Castilla”, e é designada como
uma filha de Sua Majestade o Imperador.
2- Margarita
de Austria, conhecida como Margarita de Parma, nascida em Oudenaarde, Flandres,
28 de dezembro, 1522 e falecida em Ortona, Nápoles, 18 de janeiro de 1586. Era
filha de Johanna von der Gheest, filha do tapeceiro Gilles Johan van der Gheynst e de sua esposa
Johanna van der Caye van Cocambi. Seus pais viviam em Nukerke perto Oudenaarde.
“ Em 9 de Julho
de1529, Margarita foi legitimada por seu pai a pedido de sua tia-avó Margarida
de Habsburgo, Arquiduquesa da Áustria, Princesa da Borgonha, filha de
Maximiliano I e Maria da Borgonha.
Casou com:
a- Alessandro di
Lorenzo de' Medici, detto il Moro, duca di Firenze- Alexandre de Medici, o
Mouro, Duque de Florença, em 18 de janeiro de 1536.
* Toscana,
Florença, 22.07.1510
† Toscana,
Florença, 07.01.1537 - assassinado por seu primo Lorenzino de 'Medici.
Em segundas
núpcias com:
Ottavio Farnese,
segundo Duque de Parma e Piacenza e o terceiro Duque de Castro, Cavaleiro da
Ordem do Tosão de Ouro, sobrinho do Papa Paulo III, irmão dos Cardeais Ranuccio
Farnese e Alessandro Farnese, em 4 de novembro 1538. Ottavio tinha 15 anos,
enquanto Margarida tinha 16.
Foram pais dos gêmeos:
I - Alexandre
Farnese, Duque de Parma.
* Roma, Roma,
27.08.1545
† Saint Waast,
02.12.1592
Que casou com
Dona Maria de Portugal ou Maria de Guimarães.
* Lisboa,
Lisboa, 08.12.1538
†
Emilia-Romagna, Parma, 09.07.1577
Seu pai foi Dom
Duarte I, 4.º Duque de Guimarães, Infante de Portugal, filho do Rei Manuel I, o
Venturoso, e Dona Maria de Aragão.
Sua mãe foi Dona
Isabel de Bragança, filha de Dom Jaime I, quarto Duque de Bragança, e de Dona Leonor
de Mendoza y Guzman, filha de Don Juan Alonso de Guzman, 3º Duque de Medina
Sidonia.
II- Carlo
Farnese que morreu ao nascer em 27.08.1545.
Margarida de
Parma foi Governador dos Países Baixos de 1559-1567, e novamente, agora junto com
o filho Alexandre Farnese, de 1578-1582. Ela gostava de ser chamado de
"Madama", por isso, o palácio romano que herdou de seu primeiro
marido Alexandre de Medici foi chamado de Palazzo Madama, e hoje é a sede do
Senado italiano.
3- Juana
(* 1522 - + 1530), cuja mãe era uma senhora de Nassau, aparentemente de origem
nobre;
4- Tadea,
nascida em 1522 ou 1523, cuja mãe foi a italiana Ursolina della Penna, ou
Orsolina, conhecida como "a mais bela de Perugia ".
Que casou com um
italiano chamado Sinidaldo Copeschi di Montefalcone.
Que enviou um
mensageiro para Felipe II, Rei de Espanha, seu meio-irmão, em 1562, pedindo
para ser reconhecida como filha de Carlos I& V, mas que não obteve resposta
do monarca.
Que viveu em
Roma até sua morte em 1562.
5- Dom
Juan de Austria, o vencedor da Batalha de Lepanto, quando a Santa Liga (Espanha
e Itália), sob o seu comando derrota a armada turca. Alvíssaras.
* Ratisbona,
25.02.1545
† Namur,
01.10.1578
Filho de Barbara Blomberg era
filha de um artesão oficial da Cidade Imperial de Regensburg, o Gürtlermeisters
Wolfgang Plumberger (e não Blomberg), e de sua esposa Sibilla Lohman. Barbara
por odem do Imerador casou com Jerome Píramo Kegell (Jerôme Píramo Kegel ) e
com este teve mais filhos.
Dom Juan, que com três anos era
chamado Gerónimo ou Jerome, por causa de seu padrasto, foi separado de sua mãe
para ser educado na Espanha por vontade de Carlos I & V.
Para tal empreitada Don Luis
Méndez de Quijada, Mayordomo de Su Santa Cesárea Católica Majestad, acordou em
Bruxelas em 13 de junho de 1550, com Francisco Massy, violista da Corte Imperial, casado com Ana de
Medina, que eles iam educar a criança e para isso seria lhes dado anualmente
cinquenta ducados.
Mais, Don Luis Méndez de
Quijada descobriu que o menino não estava recebendo educação adequada, apelou
para o Imperador e conseguiu que ele e sua esposa Doña Magdalena de Ulloa, que
não tinham filhos, passassem a educa-lo.
No verão de 1554, a criança
foi levada para o castelo de Don Luis de Quijada, em Villagarcía de Campos,
hoje província de Valladolid, comunidade autónoma de Castela e Leão, e Dona
Magdalena de Ulloa, assumiu o comando da sua educação, auxiliada pelo professor
Guillen Prieto Latina, pelo capelão Garcia Morales, e pelo escudeiro Juan
Galarza.
O amaram e o criaram como a um
filho.
Codicilo - s.m. Alteração de
um testamento por disposições posteriores a ele – e Carlos I& V escreveu um
no dia 6 de junho de 1554, no qual ele reconheceu que " quando eu estava
na Alemanha, depois de enviuvar tive um filho natural de uma mulher solteira,
que é chamado Gerónimo”.
Já no Mosteiro de Yuste,
Carlos ordenou a Don Luis de Quijada que estava vivendo lá, para que trouxesse
a criança para a aldeia de Cuacos de Yuste.
Embora o imperador reconheceu
oficialmente Don Juan da Áustria como uma criança após a sua morte em 1558 na
vontade, na qual ele recebeu seu filho Jerome ia ser chamado John, após o nome
que queria para colocar a Rainha Mãe de Carlos I.
Contudo, Gerónimo, embora
tenha sido pelo Imperador-Rei reconhecido por Testamento, e no qual havia
ordenado que ele passasse a se chamar Juan, em homenagem a sua mãe e avó Juana,
a Loca, o jovem Don Juan de Austria só foi oficialmente reconhecido como membro
da Família Real por seu meio-irmão Felipe II, Rei de Espanha, em 28 de setembro
de 1559. Felipe II constituiu para ele Casa Propria - la «Casa de Don Juan de
Austria» - com 15.000 ducados de renda, colocando a frente dela a Don Luis
Méndez de Quijada.
Don Juan da Áustria completou
sua educação na Universidade de Alcala de Henares.
O Imperador- Rei queria que
ele seguisse a carreira eclesiástica, mas o moço não era dado a isso, e seu
meio-irmão Felipe II o nomeou Capitán General de la Mar, e para aprender o
oficio naval nomeou como seus mentores a :
Álvaro de Bazán y Guzmán,
"I Marqués de Santa Cruz, grande de España, señor de las villas del Viso y
Valdepeñas, comendador mayor de León y de Villamayor, Alhambra y La Solana en
la Orden de Santiago; miembro del Consejo de su Majestad Felipe II, Capitán
General del Mar Océano y de la gente de guerra del reino de Portugal";
Don Luis de Requesens y Zúñiga,
que tinha sido professor do Rei Felipe II, Vice-Almirante, Cavaleiro Comandante
de Castela na Ordem de Santiago, embaixador junto à Santa Sé, Governador de
Milão de 1572-1573, Governador dos Países Baixos de 1573-1576.
Como o braço direito de Dom
Juan de Austria o seu trabalho foi fundamental para a grande vitória da Santa
Liga na Batalha de Lepanto.
Sempre fiel ao meio-irmão
denunciou a conspiração de Carlos de Austria, Príncipe de Asturias, seu
sobrinho e filho de Felipe II, que até já havia confessado ao Prior do Convento
de Atocha de seus propósitos de assassinar ao Rei seu pai. Ao ser desmascarado
na Câmara do Rei, já meio insano atacou ao tio, mas este mais forte, o
imobilizou. Carlos foi preso em seus aposentos, com ordens de não forneceram a
ele nem facas, nem garfos.
O desenvolvimento físico de Carlos
de Austria, Príncipe de Asturias, foi deficiente por causa da malária que pegou
quando tinha 11 anos, além do que um defeito em sua coluna vertebral o obrigava
a andar torto, o que provocou uma deficiência nas pernas, andava mancando,
assim com saúde fraca, com uma grande fraqueza física, acabou morrendo no
cativeiro em 28 de julho de 1568, e “houve especulações sobre se Felipe II matou
seu filho enquanto ele estava detido”.
Don Juan da Áustria voltou
para o Mediterrâneo para assumir a frota.
Os Islamitas, os mouros ou
sarracenos, continuavam a dar trabalho, e aconteceu La Rebelión de las Alpujarras,
ou Guerra ou Revolta dos Mouriscos, um conflito que ocorreu na entre 1568 e
1571.
Aben Humeya, pretendente à
coroa de Granada, era na realidade Fernando de Córdoba y Válor, espanhol que se
converteu ao Islão e foi eleito Rei de Granada e de Córdoba pelos mouros.
Chefiando 30 000 mouros começou
a dar combate as tropas de Felipe II, que eram comandadas pelo Capitán General
de Granada, Íñigo López de Mendoza y Mendoza, III Marques de Mondéjar, mas que
não estava dando conta do recado.
Felipe II o destituiu e nomeou
Don Juan da Austria o novo Capitán General, isto é, Comandante Supremo das
Forças Reais.
Durante o cerco da Fortaleza
de Serón, Don Luis Méndez de Quijada levou um tiro na cabeça, vindo a morrer uma
semana depois, no dia 25 de fevereiro, em Caniles.
Dom Juan da Austria conquistou
vitorias, negociou a Paz com Aben Humeya, em maio de 1570, mas esse foi estrangulado
por um dos seus, com isso os mouros continuaram a sua luta.
Entretanto, Don Juan da
Áustria conseguiu finalmente sufocar a revolta, com severidade e com grande
derramamento de sangue.
Os mouros foram espalhados por
ordem real, mas sua integração era, e é difícil, o que motivou em 1609, Filipe
III decretar a total expulsão dos mouros espanhóis.
Com a formação da Santa Liga
(Liga Santa, ou Liga Santa do Mediterrâneo), a 25 de maio de 1571, com a
participação da República de Veneza, os Estados (domínios e feudos) dos
Habsburgos da Espanha, de Nápoles e Sicília e Estados Pontifícios, a República
de Génova, o Ducado de Savoia e a Ordem de São João de Jerusalém, como
tentativa de dissolver o domínio dos turcos otomanos sobre o Mediterrâneo
oriental, Don Juan da Austria foi nomeado Comandante da Frota, tendo como
auxiliares:
Álvaro de Bazán, acima citado;
Alexander Farnese, acima
citado;
Marcantonio Colonna, Principe
e Duca di Paliano, Gran Conestabile del Regno di Napoli, Viceré di Sicilia, Duca
di Tagliacozzo, Conte di Ceccano, signore di Genazzano, signore di Marino,
comandante da Frota Papal, mas sob o comando geral de Don Juan da Austria;
Giovanni Andrea Doria, Principe
di Melfi, e Marques de Torriglia, Almirante da Republica de Gênova.
O Doge de Veneza, Sebastiano
Venier, comandava a Frota Venezia, mas sob o comando geral de Don Juan da
Austria.
O Império Otomano foi um Estado
turco que existiu entre 1299 e 1922, e era governado por Selim II, decimo
primeiro Sultão Otomano, da Dinastia Otomana ou Casa de Osman (em turco Osmanlı
padişahları), mas sua frota era comandada por Müezzinzade Ali Pasha, Kapudan
Pasha (Grande Almirante) no comando, auxiliado por Uluç Ali Paşa, nascido em Le
Castella, na Calábria, Itália, com o nome de Giovan Dionigi Galeni, Mehmed
Siroco, também conhecido como Şuluk
Mehmed Pasha, Bey (governador regional) de Alexandria.
E aconteceu a Batalha de
Lepanto de 7 de outubro de 1571.
Do lado cristão da Santa Liga:
212 navios:
28.500 soldados
40.000 marinheiros e remadores
1.815 canhões.
Saldo: 7.500 mortos
17 navios perdidos
Do lado Turco-otomano:
251 navios
31.490 soldados
50.000 marinheiros
750 canhões.
Saldo:
20.000 mortos, feridos ou
capturados
137 navios capturados
50 navios afundados
12.000 cristãos libertados
Müezzinzade Ali Pasha, Kapudan
Pasha (Grande Almirante) no comando, foi decapitado por Juan da Áustria na
Batalha de Lepanto. Sua cabeça foi colocada na Nau Capitânia da Frota Cristã, La
Real, para minar o moral das tropas otomanas.
Depois de Lepanto foi nomeado
Governador dos Países Baixos
1575-1578.
Assina o Édito Perpétuo
(também conhecido como o Tratado de Marche-en-Famenne) em 7 de janeiro de 1577,
e por este decreto, os signatários se comprometem a:
Aceitar os acordos contidos na
pacificação de Gante – uma aliança assinada 8 de novembro de 1576 entre as
Dezessete Províncias de Países Baixos espanhóis, a fim de acabar com os abusos
de tropas espanholas e pôr fim à guerra civil entre as províncias restantes
leal à coroa espanhola e as províncias rebeldes de Holanda e Zelândia;
As províncias rebeldes vai
reconhecer Felipe II como seu rei e Don Juan da Áustria como seu tutor;
O respeito pela Catolicismo
das províncias rebeldes;
A infantaria regimentos
espanhol, italiano, alemão e da Borgonha deve abandonar o país vinte dias após
a ratificação do Édito por Felipe II;
As duas partes signatárias
renunciam a qualquer pacto contrário ao edital;
Anistia geral.
Esse Édito Perpétuo não saiu
do papel.
Falta-lhe recursos, e pululam
as intrigas, explorando a decisão de Felipe II de não reconhecer Juan da
Austria como Infante e com direitos de ser tratado como sua Alteza Real. Mesmo
assim Don Juan da Austria vence em 31 de janeiro de 1578 o exército dos Estados
Gerais em Gembloux, perto de Namur. Mais a doença come suas forças, e Don Juan
morre de tifo, uma doença contraída durante uma campanha militar, em 1 de outubro
de 1578.
Ele foi sucedido como Governador
dos Países Baixos por Alexandre Farnese, Duque de Parma, filho de Margarida de
Parma, portanto seu sobrinho.
Os restos mortais de Don Juan
da Áustria foram levados para Espanha e se encontram em El Panteón de Infantes del
Monasterio de San Lorenzo de El Escorial, ou seja, se tornou Infante depois de
morto,
“ Seu túmulo é coberto por uma
estátua deitada de rara beleza representando o falecido vestido em armadura, com
o Colar da Ordem do Tosão de Ouro, e com uma curiosidade, por não ter morrido
em batalha, em combate, é representado sem luvas. A obra foi moldada pela Ponciano
Ponzano y Gascón, um espanhol de Zaragoza, e esculpida em mármore de Carrara
pelo escultor italiano Giuseppe Galeotti”.
Morreu solteiro, mas teve alguns
amores femininos.
Carlos I & V com 25 anos de
idade segundo o embaixador veneziano Gaspar Contarini:
Es de estatura mediana, mas no
muy grande, ni pequeño, blanco, de color más bien pálido que rubicundo; del
cuerpo, bien proporcionado, bellísima pierna, buen brazo, la nariz un poco
aguileña, pero poco; los ojos ávidos, el aspecto grave, pero no cruel ni
severo; ni en él otra parte del cuerpo se puede inculpar, excepto el mentón y
también toda su faz interior, la cual es tan ancha y tan larga, que no parece
natural de aquel cuerpo; pero parece postiza, donde ocurre que no puede,
cerrando la boca, unir los dientes inferiores con los superiores; pero los
separa un espacio del grosor de un diente, donde en el hablar, máxime en el
acabar de la cláusula, balbucea alguna palabra, la cual por eso no se entiende
muy bien.
T.L.:
Ele é de estatura média, nem não
muito grande, nem muito pequeno, branco,
[ mais] para pálido, [do que para] corado; corpo, bem proporcionado, belíssimas
pernas, braços bons, nariz ligeiramente
aquilino, mas pouco; olhos ávidos, olhar sério, mas não cruéis ou graves; ou
outra parte do corpo que ele pode culpar exceto o queixo e toda a sua face
interior, que é tão grande e tão longo que não parece natural para que o corpo;
mas parece falsa, onde ocorre que não pode, fechar a boca, anexando os dentes
inferiores com os superiores; mas separa um espaço da largura de um dente, [
por isso] quando conversa, especialmente no final da frase, murmura algumas
palavras, que não são tão bem compreendidas.
O mundo estava em franca
ebulição, a Reforma Protestante tinha se encarregado de começar as Grande
Mudanças, a até então poderosa Fé Católico-romana estava em cheque, a
Civilização Ocidental adentrava pelos territórios as margens dos Mares Oceanos,
nem o mais sábio dos homens podia adivinhar onde essa ‘revolução’ levaria a Humanidade.
Carlos era senhor de um
Império que açambarcava mais da metade da Europa Ocidental, e dominador de
terras na Ásia e África, o Rei da Nova Espanha (México e Guatemala), do Peru,
de Nova Granada (atual Colômbia), de Quito, e Rio de la Plata e senhor dos
vice-reis desses países.
“Em 24 de fevereiro de 1530 em Bolonha foi
coroado Imperador do Sacro Império Romano pelo Papa Clemente VII, mas sempre
como o autointitulado Primeiro Defensor da Igreja Católica, colocava a Hierarquia
da Igreja em cheque, pois não admitia nenhuma tentativa de podar o seu Poder”.
E isso causava grandes
desgastes emocionais.
Enfim...
.... Eram grandes suas
responsabilidades, e para defender seus interesses fazia a Guerra e acordava a
Paz.
Frederico III seu bisavô
paterno era um místico, com problemas emocionais, tanto que “ de acordo com
relatos da época, tinha dificuldades em estabelecer relacionamentos com outras
pessoas, incluindo seus filhos e esposa Eleanor”. Seu avô paterno Maximiliano,
filho do anterior, sofreu por anos de depressão.
Sua mãe Juana era louca.
Logo geneticamente Carlos era
propenso a depressão.
Carlos, por incrível que
pareça, amava sua Isabel, e sentia falta da Imperatriz-Rainha.
E a perda de sua esposa lhe
trouxe problemas emocionais.
Sofria de asma, de diabetes, de
gota, de hemorroidas (montar a cavalo era um sacrifício), ou seja, essas
doenças agravaram sua melancolia, seu estado de grande tristeza, seu desencanto
era geral, afinal Henrique VIII de Inglaterra, Francisco I de França, Martin
Luther, Desiderius Erasmus, o Papa Paulo III, os principais protagonistas, que,
juntamente com ele, atuaram no cenário europeu tinham morrido:
Se sentia um Homem já fora do
tempo.
Meditando sobre tudo isso, deu
ao filho Felipe, futuro Felipe II, o Ducado de Milão, e depois que ele se casou
com Mary Tudor, Rainha da Inglaterra, o Reino de Nápoles.
Fez de Felipe o Herdeiro de
Flandres e o apresentou formalmente aos Príncipes do Sacro Império Romano Germânico,
na esperança da aceitação dele por eles, mas Felipe era espanhol demais.
Seu irmão, Fernando I de
Habsburgo, que por ele tinha sido conduzido e eleito Rei da Alemanha, formalmente
Rei dos Romanos, em 5 de janeiro de 1531, em Colonia, por cinco votos contra
um, o de Johann der Beständige, ou João da Saxônia (Saxe), Principe-eleitor
protetor de Lutero, que protestou para chuchu dessa Unção e Coroação em Aachen pelo
arcebispo Hermann de Wied, protestou por causa dessa exposição demasiada de Felipe
II.
E os irmãos se estranharam.
Para piorar as coisas Juana, a
Loca, morre em Tordesilhas sem nunca ter recuperado a sanidade, com 75 anos, em
11 de abril de 1555, um fato que perturbou muito a Carlos.
Se fazia necessário preparar a
abdicação.
Em 22 de outubro de 1555, Carlos
convocou os cavaleiros da Ordem do Tosão de Ouro para informá-los de sua
resolução.
Felipe II chega a Bruxelas, e
ante os Estados Gerais dos Países Baixos, no mesmo salão do Palais du
Coudenberg – Palácio de Coudenberg-residência dos Duques de Brabante e dos
Duques de Borgonha, onde ele havia sido aclamado Duque da Borgonha, em uma
atmosfera de lágrimas, ele abicou em seu filho e o aclamou como o novo Duque de
Borgonha, e Soberano dos Países Baixos.
Alguns meses mais tarde, 16 de
janeiro de 1556, abdica em Felipe sua herança espanhola.
Nesse meio tempo ordena aos Príncipes-eleitores
do Sacro Império Romano Germânico que “ considerem Fernando, Rei dos Romanos,
como se fosse ele mesmo, o Imperador Sacro, aumentando assim o Poder do irmão,
pois essa foi a forma encontrada para abdicar o Diadema Imperial em 16 de
janeiro de 1556”.
Fernando ficava, também, com a
Áustria e suas possessões.
A Dieta Imperial não aceitou a
abdicação (e, assim, torná-la juridicamente válida) até 3 de maio de 1558, e o
engraçado é que até essa data, Carlos continuou a ser o Imperador Sacro, mesmo
não mais tomando parte nos assuntos do Império.
O Papa Pio IV, também, não,
mais ninguém deu bola para a opinião dele.
Fernando foi Ungido e Coroado
Imperador do Sacro Império Romano Germânico em 14 de março de 1558, em Frankfurt
am Main.
Chamo atenção que: “ Carlos
excluiu seu filho o Infante Filipe, futuro Filipe II de Espanha, da sucessão
imperial germânica, que foi transmitida ao primogênito de Fernando, Maximiliano”.
E dele, Fernando, que descende
Dona Leopoldina de Habsburgo.
Nota: Somente por
Carlos V, que é o mesmo Carlos I, "Sacra Cesárea Católica Real
Majestade" só existiu graças à união pessoal dos tronos da Espanha com o
do Sacro Império, sendo o primeiro real e o último imperial.
Titulo:
Don Carlos por la gracia de Dios
Rey de Romanos Emperador Semper Augusto.
Doña Joana su madre y el mesmo
Don Carlos por la mesma gracia Reyes de Castilla, de Leon, de Aragon, de las
dos Sicilias, de Ierusalen, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valencia, de
Galicia, de Mallorcas, de Sevilla, de Cerdeña, de Cordova, de Corcega, de
Murcia, de Jaen, de los Algarbes, de Algezira, de Gibraltar, de las Islas de
Canaria, de las Indias islas y tierra firme del Mar Oceano,
Condes de Barcelona,
Señores de Vizcaya e de Molina,
Duques de Atenas e de Neopatria,
Condes de Ruysellon e de
Cerdenia,
Marqués de Oristan e de Gorciano,
Arquiduques de Austria,
Duques de Borgoña de Bravante.
Pragmática o Edicto del Emperador
contra los comuneros dada en Worms (ebrero de 1521
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